Cadeia de suprimentos, em inglês “Suplain Chain”, é a sequência de processos envolvidos na produção e distribuição de uma mercadoria. Quanto mais longa a cadeia de suprimentos, mais complexo torna-se o processo e o empenho em controlar suas variáveis.

O que é “Smart Suplain Chain” ou “Suplain Chain 4.0” ?

É o gerenciamento inteligente da cadeia de suprimentos associado à Indústria 4.0, caracterizada pelo uso intensivo de tecnologias inteligentes para automatizar e otimizar a produção, com efeito imediato de redução de custos e desperdícios, e aumento de eficiência.

As “Fábricas Inteligentes” utilizam no gerenciamento da cadeia de suprimentos robótica avançada (que transcende a robotização convencional introduzida no Século XX), a IoT (“Internet of Things”, conectando peças e objetos), sistemas ciberfísicos, análise avançada com base em grandes volumes de dados (“Big Data”) e decisões habilitadas pela inteligência artificial (automatizadas). Os dados são captados ao longo da produção por meio de sensores espalhados pela fábrica.

A logística deixa de ter uma função meramente operacional, com foco em assegurar o fornecimento de linhas de produção, adquirindo uma função avançada de planejamento de demanda analítica (S&OP integrado – Sales and Operations Planning) coordenada por um CSO – Chief Supply Chain Officer. As empresas maiores, em geral, têm terceirizado a gestão das etapas básicas à parceiros estratégicos locais (LSP – Local Strategic Partnerships). Segundo a consultoria McKinsey, a Supply Chain 4.0 tem o potencial de reduzir em até 30% os custos operacionais, 75% das vendas perdidas, e 75% em redução de estoques.

As novas tecnologias permitem que as empresas inovem na estrutura e funcionamento de suas cadeias de suprimentos; não apenas adaptando-as ao novo ambiente de negócios, mas alçando-as a novos patamares de eficiência. Fenômenos como a customização de produtos e serviços, a transparência no ambiente digital, o acesso à ofertas diversificadas, igualmente pressionam por mudanças na cadeia de suprimentos, particularmente quanto a velocidade e precisão (fundamental dada as atuais margens de resultado estreitas).

Digitalizar a cadeia de suprimentos, i.é., transformá-la em Cadeia de Suprimento 4.0, atende às exigências do consumidor, aos desafios do lado da oferta e às expectativas de melhoria da eficiência.

Basicamente, os benefícios são:

(a) agilidade, com a redução do tempo entre as etapas através de análise preditiva de dados internos (demanda) e externos (tendências de mercado, clima, eventos de calendário), além de antecipar o desgastes de peças e a consequente reposição;

(b) flexibilidade, com maior capacidade de reação aos imprevistos tanto na produção (feedback dos recursos de produção em tempo real) quanto no redirecionamento das remessas em função de alterações nos pedidos dos cliente;

(c) granularização (demanda individualizada), com a microssegmentação, maior adequação entre oferta de produto e demanda/consumo com múltiplas opções de logística (a adoção em larga escala da entrega por drones no futuro permitirá o gerenciamento da “última milha” com maior eficiência);

(d) precisão, com a transparência de ponta a ponta em tempo real, com a informação atingindo todos os níveis da cadeia, processo viabilizado pela integração dos dados (inclusive de fornecedores);

(e) eficiência, com a automação de tarefas com robôs manipulando os materiais nos depósitos (o que já ocorre, p.ex., com a Amazon: de 1.000 robôs em 2013 para 46.000 robôs em 2016). Em breve (5-10 anos), os caminhões autônomos dominarão o transporte.

Cadeia de Suprimento 4.0

Uma Cadeia de Suprimento 4.0 eficiente requer a eliminação dos chamados resíduos digitais, agrupados em três categorias:

(a) captura e gerenciamento de dados: definição e seleção apropriado dos dados a serem coletados, coleta de preferência automatizada via sensores (evitando a coleta manual, quando possível) e atualização permanente dos dados;

(b) otimização de processos integrados, evitando os processos de planejamento em silos que comprometem o aproveitamento das informações ao longo da cadeia de produção;

(c) execução de processos físicos de humanos e máquinas, maximizando o uso dos dados disponíveis e dos dispositivos avançados para gerenciar o armazenamento, o reabastecimento da linha de montagem, e o gerenciamento de transporte.

Logística 4.0

O termo “Logística 4.0” é outra denominação associada à cadeia de suprimentos – transporte sem motorista (caminhões autônomos), contêineres inteligentes que organizam os suprimentos, armazenamento inteligente, prateleiras inteligentes que organizam o reabastecimento, e troca de informações em todo o processo (o adoção do blockchain será um impulsionador/facilitador).

Apesar do forte componente de “autonomia” das máquinas e sistemas inteligentes, o elemento humano ainda é central nas decisões e na gestão da cadeia de suprimentos com base em insights e monitoramento. O equilíbrio entre sistemas auto-organizados, semi-autônomos e planejamento humano, i.é., a integração entre a ação e a inteligência de homens e máquinas, é crucial para a transformação eficiente da cadeia de suprimentos, colhendo os benefícios das novas tecnologias e processos inteligentes sem negligenciar o fator humano.

Fonte: Revista Costrua