A construção civil vive um momento de otimismo, embora cauteloso, impulsionado pelos incentivos governamentais para infraestrutura. O setor, aliás, espera apostar mais em ESG e inovação nos próximos anos com os avanços na energia renovável e o aumento do investimento de capital em setores estratégicos, por exemplo.

O assunto foi conclusivo na 14ª edição da “Pesquisa Global da Construção Civil de 2023”. O estudo foi realizado pela consultoria empresarial KPMG, que contou com a participação de quase 300 empresas globais do setor. Apesar das boas projeções, a indústria enfrenta desafios em um ambiente em constante mudança. A cadeia de suprimentos, entretanto, tem sido afetada por interrupções. Isso ocorre com a inflação e a escassez de mão de obra são questões presentes, podendo impactar diretamente alguns segmentos.

A pesquisa também apurou a importância do compliance, com a necessidade de redução das emissões de carbono, geração de resíduos e emissão de poluentes. Essas demandas adicionais aumentam os custos e exigem soluções para superar obstáculos multidimensionais.

“Um critério que traz ao mesmo tempo oportunidades e riscos é a abordagem ambiental, social e de governança (ESG). A parte positiva está na impulsão dos investimentos em infraestrutura e construção civil. Isso ocorre para a transição para um mundo de baixo carbono, biodiverso e baseado em economia circular”, disse o sócio-líder de Infraestrutura, Governo e Saúde da KPMG no Brasil, Leonardo Giusti. Ele continua: “Esse cenário viabiliza lucro e vantagem competitiva para o setor e às empresas inovadoras e atentas às transformações do mundo atual”, afirma.

Otimismo cauteloso no setor da construção civil

Outro ponto de atenção são as soluções tecnológicas na indústria da construção civil. A fabricação modular fora do local da obra é uma tendência em crescimento, embora ainda não seja amplamente adotada. Segundo a pesquisa, a proporção de projetos com 50% ou mais de fabricação modular fora do local da obra deve dobrar nos próximos cinco anos, passando de 14% para 28%. Além disso, as empresas do setor estão considerando como direcionar seus investimentos e captar recursos para se tornarem líderes digitais.

“A inovação no setor é um grande desafio para as empresas tradicionais frente às ameaças da concorrência e perda de participação de mercado para empresas mais experientes no mundo digital”, diz sócia-diretora líder do segmento de Infraestrutura da KPMG no Brasil, Tatiana Gruenbaum.

Fonte: Diário do Comércio