Discutir a chegada de uma quinta revolução industrial parece estranho para alguns profissionais da área, quando há não muito tempo debatia-se sobre a transição da terceira para quarta revolução industrial no mundo corporativo. Entretanto, essa nova fase está longe de ser fantasiosa, e vem dando sinais de que está mais próxima do que imaginamos.

A revolução industrial e suas fases

A revolução industrial foi um processo de grande importância para a história. Esse período provocou transformações econômico-sociais que consolidaram o capitalismo: a energia humana foi substituída pela motriz, bem como o modo de produção artesanal que deu lugar ao sistema fabril e a implantação de máquinas nas indústrias. A locomotiva e as estradas de ferro são exemplos de criações dessa revolução que favoreceram o crescimento industrial e o transporte das mercadorias produzidas.

Apesar de ter se originado na Inglaterra e afetado inicialmente os países da Europa Ocidental, a industrialização sofreu avanços e se espalhou para outros países com o passar dos anos. O modo como essas mudanças socioeconômicas afetaram a sociedade foi dividido em fases, embora todo o processo de industrialização tenha sido ininterrupto, sendo, portanto, um período contínuo.

Primeira revolução industrial: caracterizou-se pela mecanização dos processos de produção, pois foi na época em que essa revolução ocorreu (1760-1850) que foram criadas as primeiras fábricas, nas quais cada funcionário era designado para operar uma máquina, com longas jornadas de trabalho e baixos salários.

Segunda revolução industrial: na segunda fase desse período, os avanços tecnológicos se fortaleceram, fazendo surgir ferramentas inéditas que elevaram o lucro e a produtividade das organizações. A essa altura, na segunda metade do século XIX, essa revolução já havia alcançado a Alemanha, Itália e França, e promovido novas mudanças: uso de eletricidade nos motores, o ferro foi substituído pelo aço, além do petróleo que passou a ser utilizado como fonte de energia. Todas com o intuito de aprimorar a performance industrial.

Terceira revolução industrial: Esse terceiro momento da revolução foi definido como o ponto culminante para o avanço tecnológico: permitiu avanços na área da genética, na robótica e informática, além de transporte e telecomunicações. A também chamada Revolução Tecnocientífica foi responsável por dar início ao conceito da globalização, devido ao surgimento dessas tecnologias que proporcionaram a otimização do tempo de produção e permitiram que as relações deixassem de ser um problema por conta da distância.

Quarta revolução industrial: com a digitalização das informações, essa recente revolução ganhou força. Ocasionou o desenvolvimento de tecnologias nos avanços digitais de áreas como física e genética, além de ser responsável pela geração de energia menos poluente, nanotecnologia, surgimento de moedas virtuais, realidade aumentada e criação de máquinas inteligentes (inteligência artificial), como exemplo a implantação de robôs nas indústrias.

Tendo em vista que a revolução industrial é um período constante e a velocidade com que a tecnologia vem avançando no decorrer dos anos, é importante se preparar para uma nova revolução industrial e buscar compreender quais as mudanças que a indústria 5.0 trará. De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 73% das empresas entrevistadas utilizam alguma tecnologia no meio de produção. Entretanto, menos da metade aplicam no desenvolvimento de novos produtos e da cadeia produtiva. Isso significa que o uso de novas técnicas fabris nos serviços e produtos é uma vantagem para que as organizações saiam na frente das concorrentes. Desse modo, é interessante que os sinais dessa mudança sejam observados com atenção, uma vez que afetará não só o meio de trabalho, mas também a vida como um todo.

Como será a quinta revolução industrial?

Atualmente, em meio à quarta revolução industrial, que trouxe à tona novas ferramentas tecnológicas como Big Data, Inteligência Artificial e Machine Learning, capazes de otimizar os processos produtivos por meio do uso de máquinas, o mercado já tenta prever como essas tecnologias serão utilizadas e adaptadas pelos seres humanos.

A relação entre homem e máquina e o modo como a tecnologia da informação vai utilizar essa ligação para construir um novo modelo de produção serão consequências da quinta revolução industrial, de modo que essas ferramentas tecnológicas já criadas serão aprimoradas para alcançar mais eficiência na gerência dos processos produtivos.

Diante desse cenário, ocorrerá uma diminuição nos postos de trabalho. Alguns cargos serão automatizados, e consequentemente desaparecerão. Entretanto, muitos outros serão criados e a mão de obra humana ainda será essencial para trabalhar ao lado de máquinas inteligentes, procurar parceria e implementar soluções para o sucesso da indústria. É por esse motivo que os profissionais devem acompanhar o desenvolvimento tecnológico, dado que a integração do homem com as máquinas tornou-se uma relação de dependência.

Investir em tecnologia é uma maneira de se preparar para essa nova fase. Além disso, utilizar a colaboração das máquinas e treinar as equipes da organização para atuar em consonância com os robôs também contribui não só para aumentar a eficiência organizacional, como também impedir que os profissionais sejam realmente substituídos por processos de automatização.

Fonte: Engenharia360