Durante a abertura do Congresso Aço Brasil 2021, realizado na última quarta-feira (29), Marcos Faraco — presidente do Conselho Diretor do Aço Brasil e vice-presidente da Gerdau Aços Brasil, Argentina e Uruguai — afirmou que a indústria nacional do aço conseguiu retomar a produção ao nível pré-pandemia. De acordo com o executivo, no pico da crise sanitária causada pela Covid-19, o setor chegou a operar com somente 40% de sua capacidade. Porém, diante dos cenários macro e microeconômico e das medidas do Governo, foi possível reverter a situação negativa e reativar a capacidade parada.

Em sua fala, Faraco também relembrou a diminuição drástica das exportações durante a pandemia (visando o atendimento do mercado interno) e o boom nos preços das commodities ocorrido no mundo inteiro, em um nível de aumento não visto desde 2000.

Passado o momento mais conturbado, a expectativa é que a indústria nacional do aço cresça neste ano cerca de 14% na fabricação do produto bruto, em comparação com 2020. Além disso, a perspectiva é de alta de 19% nas vendas internas e de 24% no consumo aparente.

“Nossas expectativas seguem muito positivas. Estamos iniciando um círculo virtuoso e longo. Consideramos como prioridade a recuperação da competitividade sistêmica do setor do aço brasileiro, e isso está diretamente ligado ao Custo Brasil”, afirmou Faraco, destacando ser imprescindível a reforma tributária ampla e que diminua a cumulatividade de impostos

Crescimento

Tarcísio de Freitas, ministro da Infraestrutura, também esteve presente no evento e destacou que, entre janeiro e agosto de 2021, a indústria produziu mais de 24 milhões de toneladas de aço bruto. O número representa uma alta de 20,9% se comparado com os resultados dos oito primeiros meses de 2020.

“Temos visto aumento nas vendas internas e no consumo aparente de produtos siderúrgicos. Aço é um indicador de antecedência. Significa que na esteira desse crescimento do consumo de aço, verificaremos também o crescimento do nosso produto interno bruto”, disse.

Outros números

Na abertura do congresso, Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, relembrou que o setor tinha expectativa de que o ano passado seria de recuperação. A indústria começou 2020 com operação de 63% da capacidade instalada, porém, chegou a pandemia e a necessidade do isolamento social. “Junto, veio uma gravíssima crise de demanda que, na nossa percepção, não foi divulgada e nem analisada com profundidade”, avaliou.

Segundo Marco Polo, a indústria do aço tem capacidade instalada de 51 milhões de toneladas/ano de aço bruto e um parque produtor com 31 usinas. Entre 2008 e 2020, os investimentos do setor foram de US$ 28,2 bilhões e a expectativa é de mais US$ 8 bilhões no período de 2021 a 2025, intervalo de tempo em que a fabricação do aço bruto deve chegar a 31,4 milhões de toneladas. O Brasil ocupa a nona posição entre os maiores produtores de aço no mundo e a construção civil é um dos setores da economia que mais consome esse insumo.

Fonte: AECWeb