O mercado brasileiro de locação de máquinas e equipamentos vive uma fase de amadurecimento, marcada pela busca por profissionalização, gestão moderna e especialização de serviços. Embora as projeções indiquem uma leve retração entre 5% e 10% no faturamento de 2025, o cenário de médio e longo prazo permanece otimista.
Segundo Paulo Esteves, presidente da Analoc (Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos Locadores de Equipamentos, Máquinas e Ferramentas), segmentos como agronegócio, mineração, energia, saneamento e infraestrutura continuam sustentando a demanda. “O Brasil tem cerca de 50 mil empresas de locação, que movimentam R$ 70 bilhões por ano, mas a maioria ainda opera em modelos familiares, o que reforça a necessidade de governança e capital intensivo”, afirma.
Em parceria com a Sobratema e a KPMG, a Analoc conduz um mapeamento inédito do setor, que servirá de base para políticas de desenvolvimento e eficiência operacional. Um dos pontos de destaque é a mudança no perfil de compra: antes dominado por construtoras, o mercado de guindastes e plataformas aéreas hoje é liderado por locadoras, que já respondem por 90% a 95% das vendas desses equipamentos no país — um movimento alinhado à tendência global de terceirização de ativos pesados.
De acordo com a Sobratema, a participação da locação nas vendas de equipamentos de construção dobrou em dez anos, passando de 15% para 30%. Fatores como aumento dos custos de aquisição, prazos longos de entrega e complexidade na manutenção impulsionam essa preferência.
Outro tema relevante é a reforma tributária prevista para 2026, que pode elevar a carga de 10% para até 14% da receita bruta das locadoras. Segundo Esteves, muitas empresas do Simples Nacional deverão migrar para o Lucro Real, diante da adoção do modelo de IVA (Imposto sobre Valor Agregado). “Será um desafio, mas também uma oportunidade para reorganização e eficiência fiscal”, afirma.
Para Leônidas Ferreira (Leo Sisloc), diretor da Sisloc Softwares e presidente do Ecossistema LocadoresBR, a locação continuará sendo a melhor alternativa para empresas que buscam disponibilidade, manutenção e acesso a novas tecnologias.
Nesse contexto, a Analoc Rental Show 2026 se consolida como o principal evento do setor, reunindo de 6 a 8 de julho, no Expo Center Norte (SP), fabricantes, fornecedores e empresários para debater inovação, gestão e tendências de mercado.
“O setor precisa dar um passo à frente para sustentar sua competitividade”, afirma Reynaldo Fraiha, diretor da feira. “A Analoc Rental Show será o espaço ideal para apresentar soluções tecnológicas e estratégias de gestão capazes de transformar a realidade das locadoras brasileiras.”