A pesquisa divulgada pelo Banco Central (BC) através do Boletim Focus, que é publicado semanalmente, registrou crescimento na previsão do mercado financeiro para a economia brasileira este ano, de 2,71% para 2,76%.

A expectativa também é positiva para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Segundo o BC, a projeção é de crescimento de 0,63%. Em 2024 e 2025, o mercado projeta expansão do PIB em 1,8% e 2%, respectivamente.

Os cálculos relativos ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — considerado a inflação oficial do país — também tiveram bons prognósticos. Segundo a pesquisa do BC, o indicador deve variar para baixo, de 5,62% para 5,6% neste ano.

Essa é a 17ª redução consecutiva na projeção, resultado que também influenciou as previsões para os próximos anos. Para 2023, a estimativa de inflação ficou em 4,94%, ao passo que, para 2024 e 2025, as previsões são de 3,5% e 3%, respectivamente.

Mesmo com o declínio, a previsão para a inflação em 2022 permanece acima do teto da meta — de 3,5% para este ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo — que deve ser perseguida pelo BC.

Em paralelo à projeção, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou, para o mês de setembro, deflação de 0,29% para o IPCA. Segundo a instituição, o resultado foi influenciado, em especial, pela queda de preços de combustíveis — culminando na terceira redução seguida e menor variação para um mês de setembro desde o início da série histórica, que começou em 1994. Desta forma, o IPCA acumula alta de 4,09% no ano e de 7,17%, nos últimos 12 meses.

JUROS

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, que foi definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Esse é o maior patamar registrado pela taxa desde janeiro de 2017, que também estava em 13,75%.

Nesta semana, o Copom faz a penúltima reunião do ano para discutir possíveis mudanças na Selic, mas a previsão do mercado é que ela seja mantida e encerre o ano nos mesmos 13,75%. Para o fim de 2023, a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,25% ao ano. Já para 2024 e 2025, a previsão é de Selic em 8% ao ano e 7,75% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Por outro lado, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

Fonte: AECWeb