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Segundo reportagem do jornal Valor Econômico publicada na ultima semana, os investimentos em infraestrutura vão crescer 15% em 2024 e fechar o ano em R$ 259,3 bilhões, sendo R$ 197,1 bilhões provenientes de recursos privados e R$ 62,2 bilhões de recursos públicos das três esferas.

A projeção é da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), que está na fase final de elaboração do “Livro Azul da Infraestrutura”.

Em 2024, a estimativa de investimentos em transportes e logística soma R$ 63 bilhões, o que representará uma expansão de 52,17% em relação a 2023.

Os recursos destinados a empreendimentos de energia elétrica devem apresentar um crescimento de 27,3% no ano, para R$ 119,3 bilhões.

Em boa parte, o aumento é resultado de sucessivos leilões de transmissão de energia, que desde 2022 contrataram investimentos de R$ 77,5 bilhões.

Na área de saneamento básico, os investimentos anuais em água e esgoto devem saltar de R$ 17 bilhões em 2020 para R$ 34 bilhões em 2024.

Em relação a 2023, o crescimento projetado no ano é de 26,9%.

A única infraestrutura em que os investimentos devem recuar é a de telecomunicações, com R$ 43 bilhões no ano, uma queda de 16,34% em relação a 2023.

Nas contas da Abdib, os investimentos em infraestrutura devem representar 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024.

É um avanço em relação ao 1,99% do PIB registrado em 2023, mas ainda está muito distante do patamar anual de 4,3% do PIB, avaliado pela associação como o necessário para equipar o país com a infraestrutura adequada para garantoir o desenvolvimento no prazo de 30 anos.

A expectativa, porém, é de continuidade na trajetória de expansão dos investimentos nos próximos anos.

Segundo levantamento da Abdib, os leilões de concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs) em infraestrutura previstos para ocorrer em 30 meses a partir de setembro de 2024 devem proporcionar R$ 300 bilhões em obras de saneamento, energia elétrica, logística e mobilidade urbana.

Um exemplo é a retomada da capacidade de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No fim do primeiro semestre do ano, a carteira de crédito do banco de fomento alcançou R$ 530,2 bilhões, a maior nos últimos seis anos.

Nos primeiros seis meses do ano, as aprovações de crédito do banco para projetos de infraestrutura somaram R$ 26,3 bilhões, uma expansão de 66% em relação ao mesmo período de 2023.

No mercado de capitais, as captações de debêntures incentivadas entre janeiro e agosto foram recordes, somando R$ 88,2 bilhões, volume 30% maior do que o verificado em todo o ano de 2023 – sendo R$ 71,37 bilhões do setor de infraestrutura, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Até setembro, as emissões somavam R$ 96 bilhões no ano.

No setor público, a substituição do antigo teto de gastos pelo novo arcabouço fiscal gerou folga no orçamento federal para investir.

A despesa pública em infraestrutura, após cair continuamente desde 2014 até se limitar a R$ 34,9 bilhões em 2022, voltou a crescer em 2023, quando alcançou R$ 52,3 bilhões, e em 2024 chega a R$ 62,2 bilhões.

Para gerar um horizonte aos investimentos no país e incentivar uma união de esforços públicos e privados, o governo lançou em 2023 o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3),

A nova versão do programa prevê R$ 1,7 trilhão em investimentos, sendo por volta de R$ 625 bilhões em transportes e logística, energia elétrica e saneamento.

Os recursos do Orçamento Geral da União (OGU) previstos para o PAC 3 somam R$ 371 bilhões, repassa a reportagem.

Fonte: Grandes Construções