A construção civil no Brasil está com inflação em alta. Só no mês de janeiro, o crescimento ficou na casa de +0,93%, segundo o Índice Nacional de Custo da Construção-M (INCC-M), elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

De acordo com a instituição, os motivos para o aumento são as elevações dos custos com mão de obra, que sofreram alta de 0,61% no último mês, e dos serviços, que subiram 0,48% no mesmo mês. Os dois aumentos foram superiores ao verificado em dezembro, quando apresentaram índices de 0,06% e 0,38%, respectivamente. Por outro lado, os gastos com materiais e equipamentos retraíram de 2,08% para 1,43% de dezembro para janeiro.

No acumulado, a construção civil encerrou 2020 com uma alta de 10,16%. Segundo o levantamento do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), este efeito pôde ser sentido no custo nacional do setor de habitação, que chegou a R$ 1.276,40 por metro quadrado – dos quais R$ 566,07 são referentes à mão de obra.

Apesar dos aumentos, as perspectivas para 2021 são bastante otimistas. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) aposta em uma expansão de 4% da construção civil este ano. Se essa projeção se consolidar, será o maior aquecimento do setor desde 2013, quando a alta chegou a 4,5%.

A construção civil vive a ansiedade de um ano que promete ser positivo, mas ao mesmo tempo não podemos comemorar antes da hora.

O que vem tirando o sono das construtoras ainda é a valorização recorrente das matérias-primas desde o início da pandemia. Os preços de alguns insumos dispararam em mais de 50%. Curiosamente, não foi esse custo que impactou a alta da construção em janeiro, mas é um problema que continua a rondar o mercado, e que ainda deverá ter reajustes em 2021.

Fonte: Estadão