Em obras de médio e grande porte, sejam edificações ou projetos de infraestrutura, a logística do transporte vertical de materiais é um dos fatores que mais influenciam o ritmo e a eficiência da construção. Equipamentos como gruas, guindastes, plataformas elevatórias, telehandlers, empilhadeiras e elevadores cremalheira são indispensáveis para otimizar prazos, reduzir esforços manuais e garantir segurança no canteiro.
Esses sistemas de elevação permitem que múltiplas frentes de trabalho atuem simultaneamente, aumentando a produtividade. No entanto, também representam grandes desafios para locadores, construtoras e operadores — especialmente no que diz respeito à segurança, manutenção e capacitação técnica.
De acordo com Marcos Cunzolo, diretor da Cunzolo Transportes e Remoções, o segmento de elevação de carga vive um período de expansão, impulsionado pela entrada de novas marcas internacionais, sobretudo chinesas, que ampliaram o portfólio de equipamentos disponíveis no país.
“É uma atividade com alto risco operacional. Ter equipamentos em perfeito estado, operadores treinados e dispositivos de segurança funcionando é essencial para evitar acidentes e garantir eficiência”, reforça o executivo.
Na empresa, a maior demanda de locação recai sobre guindastes articulados (guindautos) e modelos de grande capacidade, a partir de 400 toneladas. Marcos destaca que a tecnologia tem evoluído tanto nos materiais estruturais, como o aço, quanto nos sistemas de segurança e monitoramento.
Em Belo Horizonte, a Top Gruas se destaca com soluções voltadas ao transporte vertical de pessoas e cargas, com ênfase nos elevadores cremalheira, obrigatórios em obras acima de 24 metros de altura. O portfólio inclui ainda gruas torre, mini gruas, guinchos coluna e diversos acessórios para içamento.
Segundo o engenheiro mecânico Alexandre Henriquez, proprietário da empresa, o cumprimento rigoroso das normas NR 18 é indispensável para garantir a integridade estrutural e o funcionamento correto dos equipamentos.
“O operador precisa estar preparado para lidar com situações de risco e realizar inspeções diárias. Mesmo quando o treinamento é mais simples, a responsabilidade é enorme”, explica.
Ele ressalta ainda que, no caso das gruas, a exigência técnica é maior e o treinamento mais complexo. Embora muitas locações incluam o operador, os altos custos de contratação CLT e a bitributação acabam levando algumas construtoras a contratar profissionais diretamente.
Gestão, tecnologia e profissionalismo
Os empresários do setor concordam que a locação de equipamentos de transporte vertical não é para amadores. O negócio exige gestão rigorosa da frota, investimentos contínuos em manutenção preventiva e preditiva, e o uso de softwares de monitoramento que acompanhem em tempo real indicadores de desempenho, consumo e possíveis falhas.
Outro ponto essencial é o atendimento técnico especializado.
“O locador precisa atuar como consultor, indicando o equipamento ideal para cada obra e oferecendo suporte ágil durante toda a execução”, observa Henriquez.
Com juros altos e custo de financiamento crescente, os especialistas defendem que as empresas adotem estratégias de gestão mais refinadas, priorizando logística eficiente, reciclagem de operadores e cumprimento das normas NR 12, NR 18 e NR 35.
Para Cunzolo, o segredo do sucesso é simples:
“Segurança e conformidade são o fio condutor da nossa atividade. Só com rigor técnico e profissionalismo é possível garantir eficiência e longevidade no setor.”