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A confiança da indústria brasileira apresentou avanço em maio, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (28) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 0,9 ponto em relação a abril, alcançando 98,9 pontos — o maior patamar registrado no ano até agora.

Esse desempenho foi impulsionado pelo aumento nas expectativas dos empresários para os próximos meses, compensando uma ligeira deterioração na percepção sobre a situação atual. O Índice de Expectativas (IE) teve alta de 2,7 pontos, chegando a 98,7, puxado pela previsão de crescimento da produção no trimestre seguinte, que avançou 4,2 pontos, alcançando 101,0 — o nível mais elevado desde junho de 2022.

Em contrapartida, o Índice da Situação Atual (ISA) recuou 1,0 ponto, ficando em 99,1. Já o indicador que mede os estoques aumentou 3,1 pontos, chegando a 103,2 — o maior desde abril de 2024 —, indicando estoques acima do desejado pelas empresas.

“Em um ano marcado por flutuações, a confiança industrial atinge seu ponto mais alto em 2025. No entanto, a elevação dos estoques pelo segundo mês seguido acende um sinal de alerta para o setor”, destacou Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre.

Pacini observa que, embora o cenário de curto prazo seja favorável, o contexto econômico geral permanece desafiador. “A combinação de uma política monetária restritiva com a expectativa de desaceleração da atividade pode dificultar o desempenho da indústria no segundo semestre”, avaliou.

O estudo foi realizado em um ambiente de juros elevados. Neste mês, o Banco Central aumentou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, fixando-a em 14,75% ao ano. A autoridade monetária também sinalizou a manutenção desse patamar por um período prolongado, o que pode impactar negativamente o setor industrial nos próximos meses.

Fonte: Construa Negócios